Por: Anônimo.
Percebemos as mudanças no ensino superior em quatro pontos:
no processo de ensino, no incentivo a pesquisa, na parceria e coparticipação
entre professor e aluno no processo de aprendizagem e no perfil docente.
(MASETTO, 2003, p. 2)
Pusemo-nos a pensar, que talvez haja uma reflexão,
divergente, quem sabe, sobre os processos de ensino que PRECISAM atender
determinados parâmetros sociais. Então, discutimos sobre o que caracteriza
profissionalismo ao docente, usando como fundamento ou critério, contextos
complexificados por cidadãos que não compreendem o efeito avassalador do
capitalismo na vida das pessoas.
Teremos de ampliar e até mesmo criar novas áreas do
conhecimento para tratar os efeitos corrosivos da economia. Pode a educação
superior atingir uma meta incongruente, na medida que desacredita o próprio
processo formativo? O foco é um ser humano humanizado, ou um profissional
habilitado?
Podem haver momentos em que o professor passa a transferir o
conteúdo científico, e não se dá conta do impacto no aprendiz. Sua reação para
com todo este argumento teórico, beira a incertezas quanto a sua presença ali.
Na universidade, profissionais de diversas áreas do
conhecimento, acabam por ministrar aulas circunstancialmente, e, estando
professores, assumem uma metodologia ortodoxa, sem o preparo didático para tal
experiência formativa. Existe distinção quanto a postura casual deste
profissional na universidade, do que está habilitado no magistério. Não é um
processo finito, mas sim, contínuo.
E, afinal, o que se tem entendido como: oportunidade de
acesso à educação superior ao maior número possível de cidadãos? De certa
forma, assumimos uma postura já empregada no ensino fundamental, onde o
assistencialismo prevalece. Não são os que empenham seu tempo em pesquisa, mas,
os que são conduzidos a ela, quer seja pelo mercado de trabalho, quer seja pela
vaidade social. A permanência destes estudantes no espaço universitário, tem um
custo para a sociedade altíssimo.
Numerosos mecanismos de controle foram sendo gerados nas
instituições universitárias em razão de poderes políticos. Já é percebido o
esvaziamento de conteúdo epistemológico em sua formação didático-pedagógica. Na
leitura das obras, a preocupação central para crítica, parece estar no caráter
ideológico de cada conteúdo. Preocupação também para com quem está no centro
deste processo, professor ou aluno?
Na fala da autora Vasconcelos, o papel do professor no
ensino de 3º grau (termo superado na LDB/96) estaria em buscar refletir sobre
sua própria ação:
Por que ensina, para que ensina e para quem ensina, são
questões básicas, que se respondidas, levaram imediatamente a outras perguntas
decorrentes e absolutamente necessárias: como se aprende, quando se aprende e
de que forma melhor se aprende? (VASCONCELOS, 1996, p. 21)
Porque, produzir conhecimento sobre problemas reais e dentro
do nosso contexto, é o que os pesquisadores podem fazer bem, dada as condições para
isso. E, nenhum ensino pode ser entendido de forma global, considerando o
contexto e caracteres, num sistema universal. Pois, o ensino expressa um
propósito de ressignificação, que é preciso promover, e quando não converge com
a pesquisa, decreta que todo mundo vai sofrer.
Referências
MASETTO, Marcos. Docência universitária com
profissionalismo. In: MASETTO, Marcos. Competência pedagógica do professor
universitário. São Paulo: Summus, 2003, p.19-33.
VASCONCELOS, Maria Lucia Marcondes Carvalho. A formação do
Professor de 3º Grau. São Paulo: Editora Pioneira. 1996, p. 15-46.
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