Por: P.H-
Até recentemente Magreb indicava uma terra pobre onde a
rocha disputava espaço com a areia, e que sua pobreza fizera dela uma terra dum
povo orgulhoso e livre (como na Arábia), porém; não é o que se pode afirmar
atualmente, segundo Monè. Dos
historiadores apresentados todos eram árabes que acabam por colocar o ponto de
vista dos conquistadores. Os historiadores europeus que se arriscavam a
apresentar a temática norte africana eram franceses ou espanhóis que acabavam
focando na independência da época colonial de interpretação objetivada a
política, raros foram os historiadores ingleses que se arriscavam estudar
Magreb e quando faziam tinham de arcar com os riscos com isso acabavam por
prosseguir as pesquisas por suas próprias perspectivas.
Os Butr e os Barani-Povovos de Origem
Butr e barani - butrs seriam os descendentes de Mãdghïs
al- abtar (homem incompleto) a Maãdghïs o pai dos butr faltava uma peça de
vestuário o chapéu (possível tradução). Os berberes eram divididos em dois, com
uma eterna hostilidade mútua sendo um fator dominante a história dos berberes.
Segundo (Gautier) os barani seriam sedentários povos das montanhas e os butr
nômades das planícies, no entanto esta teoria é considerada ousada para ser
aceita como critica científica, mas concretiza o sentimento pelos berberes,
tudo leva a crer que os genealogistas construíram esta divisão posteriormente.
É possível que os zãnata obtiveram a supremacia pois este era o nome do neto de
um Mãzïgh, os barani descendiam de Mãzïgh. Os mapas genealógicos foram montados
mais tarde por um fim político ou dinástico, pois têm contradições e
diferenciações nas fontes. O grupo Sanhãdja viviam no deserto, os Tarka são os
senhores do Saara até os dias atuais, eram nômades e cameleiros, os
genealogistas excluem os kutãma dos Sanhãdja e que estes eram pertencentes aos
sul-arábicos, entretanto são os masmüda que mais é importante grupo dos barãni,
outros que estão nestes grupos são os ghumãra e os barghawãta. Estes são os
considerados fundadores religiosos do império almorávida. Todos os verbetes
permaneceram fiéis aos seus cultos, o cristianismo era pouco difundido
concedida como um pretexto de reagrupamento, os afãrika são uma mistura de
berberes e cartagineses (em minoria), já o judaísmo foi difundido em todo o
norte africano.
As Conquistas dos Povos
Conquista1- Cyros terminou com o tratado de Alexandria, em
642 a última guarnição de Bizâncio saia de Alexandria. O conquistador do Egito
Amr bin al- As achava necessário a conquista de cirenaica do qual a conseguiu
sem resistência,os árabes foram obrigados a conquistar o interior, alem das
planícies, então Amr colocou um ponto final às conquistas do Egito. No ano de
647 atacou Bizâncio matou Gregorius, ocupou Subaytula, retornou ao Egito
fazendo prisioneiros, até a população solicitar uma soma aceitável para que ele
saísse no qual ele aceitou.
Segunda fase- A guerra civil atingiu o ápice aos árabes,
reestabelecida a paz o califa Muãwiya decretou a retomada de conquista ao
Magreb. Os bizantinos tentavam restaurar sua autoridade, Constantino II enviou
Nicéphore recolher da população um imposto do qual o povo não pôde pagar,
havendo tensões que levaram a um enfrentamento, e que o exército de Muãwiya
esteve presente e obrigou Nicéphore a sair ao mar. Em 670 houve a substituição
de Hudaydj por Ukba. Este construiu mesquitas e deixou missionários, retornou
ao norte para atacar as últimas fortificações bizantinas, criar uma base
militar e instalar o centro político. Teria realizado vários
"milagres", dado como o primeiro santo muçulmano da África. Teve sua
destituição em 675. Seu sucessor no exercício de suas funções; revelou-se um
dos mais brilhantes que estiveram à frente da conquista árabe. Constantino IV
saíra vitorioso do primeiro grande ataque árabe e decidiu aproveitar de sua vitória
para recuperar o que perdeu, despachando emissários para renovar os laços com
quem restava. Muhãdjir decide encontrar o inimigo, busca restabelecer contatos
vê Kusayla, ganha sua confiança, explica-lhe a doutrina o qual o convence,
observado pelo aliado envia um exército para a península, ataca Cartago, tem
seu comando revogado e Ukba volta ao cargo. Ele restaura Kayeawãn, restabelece
a mesquita e declara a união ao Magreb, se aventura ataca as tribos berberes
ganhando fama de invencível. Ultrapassa a passagem estratégica e a viagem de
retorno acaba se tornando trágica, Kusayla se vinga cercando Ukba, no que
enfrenta-o e morre. Kusayla governou com dotes principados, já Ukba que já era
santo torna-se mártir. Os berberes percebem que o ataque árabe direcionado a
eles, pois o objeto árabe era incluir os berberes por parte de seu território,
mas os chefes beberes não concordavam a fazer parte de um império estrangeiro e
os umayyades não aceitavam serem liderados por um chefe local. O exército de
Zuhayr retoma a conquista da província, ao saber da aproximação do exército
árabe Kusayla não se sentiu seguro noque
decide atacar seu inimigo, acostumados a guerra os árabes vencem e matam
kusayla, perseguem os fugitivos e tudo fica nas mãos do líder árabe, este ao
voltar ao Egito é morto no confronto aos bizantinos inquietando Malik que após
quatro anos escolhe Hassãn a governador. Este pretendia impedir a aliança
bizantina com os berberes, destrói o porto de Cartago e envia tropas para
expulsar os Rüm, ocorrendo combates violentos e a perda de colonias bizantinas
para os árabes consagrando a hassãn o território egípcio. Surgia no meio a tudo
isso uma mulher berbere chefe de cabilda de nome "profeta" que reuni
os Zanãta da região kayrawãn declarando a expulsão dos árabes (esta era como
uma rainha/feiticeira, personagem lendário) descontente com a vitoria de
Kusayla aos Sanhãdja, ela se determina desafia-los ocupando Bãghãya fechando a
rota. Hãssan avança até as proximidades da rainha e ataca-a o que leva os
árabes a recuar, al-Kãhina se contenta com sua vitória. A última batalha dos
dois fora em 701 com a morte de Kãhina e a anistia berbere, Hãssan comando os
filhos da rainha e todos os combatentes aderem ao Islã, sendo quebrada a
resistência berbere. Ele retorna e se dedica a impedir o retorno dos
bizantinos, ordenando a destruição de Cartago. Ordena a construção de um novo
porto (o porto de Tunis), 30 anos depois Ubayd Allãh transforma-o em cidade
grande e transformando sua mesquita em catedral. Hãssan começa a estabelecer um
sistema administrativo à África,não mais se ouvia falar do império islâmico
desde a morte de Ukba. Organizava a província de Ifrïkiya baseando-se no
sistema do império islâmico; os mulçumanos nomeavam o governador, este
denominava um vice, os impostos eram de 10% onde não havia nem judeu ou cristão
para pagar. Ifrïkiya se assemelhava à Arábia com a mesma organização social, na
Arábia o imposto era 2%, Hãssan aplicou isto as regiões do deserto, o governo
ficava a prover o juiz e os missionários, professores para instruir o Islã.
Dotou a África de administração sólida, tornando Kyarawãn um importante centro
da cultura e ciência islâmica. O Islã progredia graças aos pregadores, os
berberes construíram mesquita para orações públicas, o púlpito foi utilizado
desde 704. No mesmo ano seria feita a substituição de Hãssan por Müsã, o
protegido do governador do Egito. Escolheu um djabal, estando este povoado por
ramificações, ele as atacou selvagemente, eles fugiram, müsã os perseguiu
enviando oficiais as cabilas e as venceram, a maioria dos berberes do Magreb se
converteram ao Islã. Ele criou três províncias cada província ele designou um
governador acompanhado de uma guarnição de árabes e berberes, tomando como
reféns os combatentes do exército mulçumano, concluindo a conquista de Magreb
por métodos cruéis com esta façanha foi convocado a conquista da península
Ibérica. Tarif, pertencente a jovem geração de berberes islamizados é
considerado o primeiro militar mulçumano a se engajar no reconhecimento do sul
da península para explorar as possibilidades de conquista e decidiu conquistar
a Espanha. Foi nomeado governador por representara parte setentrional do reino.
Tãrik atravessou o estreito e desembarcou nas proximidades do promontório,
conquistou o exército visigodo, matou o último rei visigodo, por fim impôs o
fim ao reinado visigoto. Müsã se junta a Tãrik e em três meses "varrem"
o território anexando a ele o país basco, deixam nas mãos de Munüsa as
campanhas no sul da França, com os berberes Tãrik conquista velha Castilha,
ocupa Amaya e Lyon. Dos sucessos obtidos levariam os berberes para a península
Ibérica, toma o restante da península, a batalha de Poitiers obtendo o sucesso
mulçumano. Durante quarenta anos os berberes ainda permaneciam na península nos
deixando diversos personagens. Assim que se conclui a conquista de Magreb pelos
árabes surge um novo, por política e
cultura com o mundo terem sido interrompidas a população volta seu olhar ao
mundo mulçumano e árabe e acabam adquirido um sentimento de pertencerem a eles,
posteriormente os genealogistas elaboram arvores genealógicas o qual os berberes acabavam por aceitar sem
discussão, aderiram ao Islã por crerem que sua doutrina era clara e simples. Os
imigrantes árabes se instalavam como recém-chegados e eram bem acolhidos. Os
grupos árabes descaíram e foram se misturando com a população local, se
instalaram nas cabilas berberes e acabavam sendo considerados professores, eram
imames, chefes religiosos isto é implicado pôr o árabe ter sido berberizado.
Estes acabam por participarem de seitas mulçumanas dos Kharidjitas, os quais
condenavam o regime Umayyades e pregavam o igualitarismo. As grandes conquistas
arábicas realizavam-se sob a bandeira do Islã, os recém convertidos não árabes
eram postos como sub-cidadãos sem os mesmos diretos, as califas não
demonstravam aceitar os recém convertidos os direitos de membros da sociedade
provocando a crise do regime Umayyade que chegara a queda da dinastia. Os
berberes eram considerados vencidos sendo governados pela força e reclamavam
por terem sido mal recompensados pelos seus serviços, no Magreb se desligaram
da ortodoxia sunita. Os focos de dissensão foram criados pelos berberes e
árabes as quais atacavam a administração, um levantamento iniciado no Magreb
não representou a sublevação dos berbere contra os árabes à expulsão arábica do
Magreb, mas trata-se de uma revolta mulçumana contra a administração Umayyade
MONÈS, Hussain. A conquista da África do Norte e a
resistência berbere In: EL FASI
Mohammed, História Geral da África III, África do Século VII ao XI. Brasília,
UNESCO,MEC, UFSCar. 2010. pp.267-291
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